Curitiba: passeios essenciais e restaurantes que valem a visita

Jardim Botânico de Curitiba. Foto: Isabella Proença, Unsplash

O Jardim Botânico é o cartão-postal mais famoso da cidade. Os curitibanos vêm aqui para relaxar e os turistas para tirar a clássica foto diante da imensa estufa de vidro. Com um visual que mistura conservatório vitoriano e nave espacial, a estrutura fica ao final de um lindo caminho cercado por flores coloridas.

O território é muito bem cuidado, quase impecável, e consegue ser, ao mesmo tempo, amplo e aconchegante. Dentro da estufa, você encontra plantas tropicais, espécies exóticas e exemplares raros da flora brasileira. Mas o Jardim Botânico vai muito além do seu ícone principal: há trilhas sombreadas, uma zona preservada de mata nativa e até um jardim sensorial, concebido para ser explorado com os sentidos do tato e do olfato. Sem falar no Espaço Cultural Frans Krajcberg, dedicado à arte e ativismo ambiental.

Apesar da fama, é uma área tranquila e convidativa. Você vai cruzar com estudantes revisando apostilas à sombra das figueiras, músicos de rua tocando um samba suave e famílias deixando as crianças correrem pelo gramado. Para entrar no ritmo local, sente-se debaixo de uma árvore e coma um pão de queijo enquanto aproveita a atmosfera.

A poucos quarteirões do Jardim Botânico, o Maneko’s Bar e Restaurante é daqueles lugares que os moradores preferem guardar em segredo — nada chamativo, mas sempre confiável. O cardápio aposta na comida caseira brasileira, servida em porções caprichadas. Comece pelos bolinhos de bacalhau: crocantes, dourados e impossíveis de parar de comer. Nos pratos principais, o destaque é a parmegiana — suculenta e com um sabor que traz conforto. Outra estrela é o bife a rolê, que vem regado generosamente com um molho encorpado. Para acompanhar, peça uma limonada ou uma cerveja bem gelada.

Conta média: R$ 75 (~US$ 14) por pessoa. Energia para um dia de passeios está garantida!

Curvas impressionantes do Museu Oscar Niemeyer. Foto: Cassiano Psomas, Unsplash

O Museu Oscar Niemeyer, também conhecido como MON, logo salta à vista — em grande parte graças ao enorme “olho” de concreto que flutua sobre um espelho d’água. Trata-se de uma construção ousada e totalmente Niemeyer, cheia de curvas, ângulos e ambição. Inaugurado em 2002, é o maior museu da América Latina, com exposições que vão da cultura indígena a instalações multimídia, fotografia e obras conceituais de grande porte. Mesmo que você não seja fã de arte, sempre há algo que prenda o olhar — ou pelo menos faça você parar e inclinar a cabeça com curiosidade.

A área externa também agrega valor ao complexo: jardins de esculturas e gramados amplos onde os curitibanos aparecem para ler, patinar ou passear com os cachorros. Se você gosta de arquitetura e design ou só procura um lugar bonito para dar uma volta, o MON entrega tudo isso em um só espaço.

A vinte minutos de carro dali fica o Quintana Gastronomia, um restaurante em estilo buffet — mas bem longe do básico. O cardápio muda diariamente, sempre valorizando ingredientes frescos e sazonais. Você pode desfrutar de pratos como tilápia grelhada com ervas, moqueca de banana-da-terra e tabule de quinoa, todos tão bem preparados que nem dá para sentir falta dos carboidratos “rápidos”. O ambiente tem charme cultural: estantes de livros, peças de arte, versos nas paredes e uma elegância acolhedora que inspira contemplação. Não saia sem provar o bolo de cenoura com brigadeiro, fofinho e com uma cobertura generosa de chocolate.

Conta média: R$ 90 (~US$ 17) por pessoa, incluindo sobremesa e suco natural. Uma refeição saudável, mas com toque de indulgência.

Centro Histórico de Curitiba. Foto: Giovana Miketen, Unsplash

O Centro Histórico de Curitiba não é grande, mas tem alma. Suas ruas de paralelepípedos são ladeadas por fachadas coloniais em tons suaves, desbotados pelo sol. A área carrega o peso da história com leveza, misturando arquitetura antiga com o ritmo tranquilo da vida cotidiana. Aos domingos, a tradicional Feirinha do Largo transforma o centro em um labirinto colorido de barracas com artesanato, antiguidades e doces caseiros. Você vai ver rodas de capoeira se formando nas praças, sentir o aroma da comida preparada na hora e ouvir chorinho ou samba tocados por músicos de rua.

Amado tanto por moradores quanto por turistas, é o tipo de lugar onde você pode saborear um chope gelado antes do meio-dia sem causar estranheza. A feira mostra Curitiba em seu momento mais autêntico: venha para passear, beliscar alguma coisa ou simplesmente observar a multidão.

Quando quiser sentar, comer bem e se envolver na animação ao redor, vá ao Bar do Alemão, que oferece comida afetiva teuto-brasileira. O carro-chefe da casa é o Submarino — uma caneca de cerveja com uma dose de Steinhäger escondida no fundo. Nos comes, experimente o Eisbein (joelho de porco crocante) ou vá pelo clássico salsichão com chucrute acompanhado de uma cesta de batatas fritas. O ambiente rústico, no melhor estilo das tabernas germânicas, convida a deixar as preocupações de lado. Você vai sair satisfeito, feliz e, quem sabe, arriscando algumas palavras de alemão improvisado.

Conta média: R$ 85 (~US$ 16) por pessoa — e talvez mais se você acabar provando o Submarino (o que é bem provável).

Ópera de Arame, obra que mistura perfeitamente com a natureza. Foto: Renato, Unsplash

A Ópera de Arame é um dos pontos mais surpreendentes de Curitiba. No Parque Pedreira Paulo Leminski, foi construída em vidro e tubos de aço, integrando-se perfeitamente à paisagem circundante, com mata nativa, cachoeiras e um lago tranquilo. Para entrar, siga uma passarela estreita que cruza as águas, onde carpas nadam preguiçosas.

O espaço recebe shows, peças e eventos culturais, mas vale a visita mesmo quando o palco está vazio. O edifício por si só — circular, leve e aberto à natureza — é uma atração. O entorno convida a desacelerar: trilhas, paredões de pedra e cantinhos acolhedores para um piquenique ou para ler um livro. Há ainda um pequeno café e bancos distribuídos pela área para aproveitar a vista. É um sítio único, onde natureza e cultura coexistem em plena harmonia.

Logo abaixo da Ópera, você encontra o Ópera Arte Restaurante. Se não prestar atenção, ele pode passar despercebido — porém, vale muito a parada. O ambiente da casa encanta: mesas à beira d’água cercadas pela floresta, com o canto dos pássaros como trilha sonora.

O cardápio mistura gastronomia brasileira contemporânea com toques internacionais. O risoto de pinhão com cogumelos é imperdível — rico, terroso e bem local. Há também peixe fresco do dia e pratos vegetarianos caprichados. Sossegado e elegante na medida certa, o endereço une ótima comida a um cenário de tirar o fôlego.

Conta média: R$ 150 (~US$ 22) por pessoa em uma refeição completa com bebida. Vale cada centavo, especialmente se a ideia for um momento romântico.

Capivaras descansam à beira do lago em Curitiba. Foto: Marcelo Harassen do Ó, Unsplash

O Passeio Público é o parque mais antigo de Curitiba e, embora não seja a atração mais chamativa da nossa lista, não deixa de encantar quem o visita. Bem no centro da cidade, oferece caminhos sombreados, lagos serenos e pontes arqueadas — lá, o tempo parece andar devagar e o coração se enche de paz. Pedalinhos deslizam pelas águas, crianças brincam em grupos, corredores passam pelas trilhas e os mais velhos relaxam sob as figueiras, tomando água de coco que se vende nos vários quiosques do parque.

O pequeno zoológico a céu aberto é mais curioso do que impressionante, mas reforça a atmosfera nostálgica do lugar. As capivaras, sempre despreocupadas, circulam às margens do lago, dividindo espaço com patos, tartarugas e, de vez em quando, até pavões. Se procura descansar, o Passeio Público é onde Curitiba respira fundo.

Pertinho dali fica o Café do Viajante, um espaço descontraído com alma nômade e café de primeira. Mapas-múndi nas paredes, estantes cheias de livros de viagem e um cardápio que reúne sabores de vários continentes dão o tom do ambiente inspirador. Entre as opções, o croissant recheado com salmão defumado ou o hambúrguer vegetariano de grão-de-bico — ambos com cara de brunch bem feito. Peça um café coado e desfrute do momento: lá, a conversa flui e ninguém se apressa.

Conta média: R$ 65 (~US$ 12) por pessoa. A combinação perfeita de preço justo, conforto e charme visual.

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